terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O Moreno das Garras de Metal

Estava eu com minha mãe em uma casa muito antiga. As paredes eram feitas de madeira, o chão também. Havia um sofá atrás de mim, num angulo de 45º, e a minha frente, um móvel para televisão muito velho, de madeira e com duas prateleiras. A prateleira de baixo continha alguns livros, a prateleira de cima sustentava uma TV de tubo preta. Talvez de 29 polegadas..

Então um homem se aproximou de nós. Ele era alto, parecia ter os cabelos nos ombros ou mais longos, era magro. Lembro-me de  ele conversar algo com minha mãe sobre uma armadura amaldiçoada que se movia em determinados momentos.

Esse homem tinha nas mãos uma fita de video cassete, a velha VHS. Ele colocou-a no aparelho e ligou a TV. Nela, apareciam tres pessoas em pé, ao lado de uma armadura típica japonesa de uma Era qualquer. Abaixo da armadura, havia um pano roxo esticado e preso em algo que poderiam ser duas varas, sei lá.
Enquanto eu olhava atentamente para a gravação, vi uma mão se mover por de tras do tecido roxo. "Deve ter algum babaca alia trás", eu pensei. Mas infelizmente, nao tinha como saber se minha teoria estava certa ou não.

E cada vez mais eu me concentrava pra notar algo de diferente naquelas filmagens, mas nao havia nada. 

Então eu senti. Senti, na pele que cobre a lateral do meu corpo, sobre minhas costelas, finas unhas, afiadas como lâminas. E elas me arranhavam.  Passavam pela minha cintura, quadris, braços, chegava perto dos seios. Sempre me arranhando. Machucando. 
Era muito dolorido. Mesmo.

E além disso, eu pude sentir um quadril magro roçar nas minhas costas. Eu conseguia sentir seus ossos. Senti que, de alguma forma, tentava se encaixar em mim. A ansiedade foi tomando conta de mim. Já nao sabia se me virava, ou se permanecia ali, em pé, com minha mãe ao lado e com aquelas garras finas rasgando minha pele.

Pude sentir sua respiração quente do meu lado direito. Sentia sua presença vívida às minhas costas.

Senti que era aquele homem que nos recebera anteriormente.

Então ouvi minha mãe falar algo. "Pare!", ela disse.

Eu simplesmente acordei na minha cama, com o coração batendo a mil, e uma sensação de que havia alguem lá comigo. Uma presença. Uma presença perigosa.

Mas eu nao queria acender a luz, muito menos ficar de baixo dos cobertores, indefesa. Pois eu sei que cobertores não nos protegem. Nem mesmo as toalhas¹.

E com muito esforço, consegui dormir de novo. Mas a essência daquele homem misterioso e sedutor ainda fica presa na minha pele.

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Well, me disseram que o que eu senti foi uma entidade que queria se apossar do meu corpo. Já descartei possessão, pois eu entendo um pouco de possessão '-'

Conversando com Son-tan, chegamos a conclusão que poderia ser um inccubus. Mas, normalmente, quando você sonha com um inccubus, ou um succubus, ou você não se lembra do ocorrido, ou vê completamente a aparencia daquele ser que veio sugar sua energia.

Eu sei lá o que era. Só sei que as garras foram reais. E aquele quadril também.
Só espero que não aconteça de novo, pois fiquei morrendo de medo ><

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