segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Amores que Matam

Dor aguda no meu peito Traveso. Eu notei que eu estava rasgando. Senti a batida do meu coração, pois diminuiu. E com um último suspiro, o silêncio interior.
Amor, amado por muitos e odiado por muitos. Engraçado como te vendem algo tão inofensivo e maravilhoso, mas pode ser fatal. Ele pode fazer você se sentir como se fosse a pessoa mais sortuda do planeta, mas também pode acabar com sua vida. Esse foi o meu caso.
Eu era apenas uma menina de 16 anos, inocente e ingênua. Eu vivia no meu mundo de fantasia própria, onde tudo era perfeito, onde nada feria. Eu era apaixonado pelo amor, essas borboletas no estômago, e sonhava em ser capaz de senti-las. Eu sonhava em amor à primeira vista, para encontrar minha alma gêmea. Eu sonhava com uma vida em que viveríamos juntos. Eles eram apenas sonhos.
Minha vida até então tinha sido um conto de fadas. No meu céu, o sol está sempre brilhando; não havia nenhum vestígio de nuvens. No meu mundo, tudo era luz, tudo era colorido; não houve escuro. E foi aí que eu o conheci.
Eu não me apaixonei à primeira vista, como esperado. Ele era meu colega na época. Ele era gentil, ele era carinhoso, era divertido. Ele era o cara mais maravilhoso do planeta ... ou pelo menos parecia. Antes que eu percebesse, eu já tinha se apaixonado.
O dia em que ele me disse que o amor era mútuo que foi o melhor dia da minha vida.
Eu realmente pensei que tinha encontrado minha alma gêmea, que me acompanharia por toda a vida. Com ele ao meu lado as cores eram mais brilhantes. Quando eu estava com ele, o tempo passava, ele era a minha felicidade.
Eu o amava, ele me amava, tudo foi perfeito. Eu me entreguei a ele de corpo e alma.
Um ano mais tarde, eu estava tão apaixonada (ou talvez mais) como antes.
Mas então tudo mudou.
Cada vez nos viamos menos e só se falávamos. Nós pedimos os nossos riso, nossos beijos; Eu sentia falta dele. Eu me sentia sozinha. O frio tornou-se cada vez mais distante, parecia ter parado o carinho. A tristeza tomou conta de mim como as nuvens cobriram meu céu.
Depois de alguns dias sem vê-lo, ele me chamou para me encontrar em sua casa. Fui para lá, na esperança de encontrá-lo de braços abertos e um sorriso no rosto, como antes.
Sua aparência me surpreendeu quando fui recebida na porta. Fisicamente era exatamente a mesma altura, o mesmo cabelo, o mesmo rosto ... Mas o olhar nos olhos dele estava algo diferente; tinham perdido o seu brilho característico. Com voz baixa me convidou.
Não era a primeira vez que eu tinha ido em sua casa, eu tinha estado lá mil vezes. No entanto, desta vez, algo dentro de mim estremeceu. Tudo estava em silêncio, parecia abandonado. Eu me senti muito desconfortável lá. Fomos até o porão para uma conversa. Ele não parecia muito animado, eu perguntei várias vezes o que estava errado, mas ele sempre mudava de assunto.
Quando já era tarde e eu me preparava para sair, ele me pediu para ficar com ele naquela noite. Eu recusei porque eu sabia que meus pais se preocupariam e fui com as minhas coisas para a porta. Eu não o vi pegar o vaso, nem ouvi quando ele foi atrás de mim. Eu senti um baque no meu pescoço, e então um vácuo. Eu perdi a consciência.
Retornando em mim, senti uma dor aguda na cabeça, eu mal conseguia pensar. Enquanto eu tentava sair, eu percebi que estava imobilizada, eu fui amarrada a uma cadeira em seu porão. Eu o vi diante de mim. Desta vez, eu quase não o reconheci. Seus olhos estavam acesos novamente, mas desta vez com um brilho do mal. Ele desenhou um sorriso grotesco em seu rosto, ele não era o cara doce que eu me apaixonei.
- Você nunca vai escapar! - Ele sussurrou com uma voz assustadora
O medo tomou conta de mim. Eu queria fugir, eu queria gritar; mas eu sabia que não iria ajudar. Então eu fiquei em silêncio.

- Você não vai gritar? Que menina boazinha ... Mas se você não resistir não é divertido.

Ele começou a me bater. Ele me deu um soco no rosto, ele acabou quebrando o nariz. Ele me bateu no estômago me fazendo ficar sem fôlego. Eu  fiquei cada vez mais imóvel e isso o enfureceu ainda mais.
Ele agarrou meu cabelo e começou a arranca-los em punhados. A, líquido denso e quente escorria minhas costas e comecei a sentir tonturas. Eu mal podia ver, minha visão ficou turva pela perda de sangue e lágrimas. No entanto, eu ainda não gritava. Eu ainda o amava, mesmo que ele estava me torturando e matando. Eu estava tão louca de amor, eu estava determinada a dar a minha vida, mesmo se ele desejasse tira-la
Então eu vi um objeto brilhando na escuridão. Muito  enfurecido comigo e com a faca levantada, lançou-se sobre mim para acabar com a minha vida.

- Eu quero que você saiba, antes de morrer, que eu a amei. Você era apenas um brinquedo, você não eram nada de mais para mim.

Essas foram as últimas palavras que eu consegui ouvir antes de sucumbir a essa agonia. Mesmo antes da faca penetrar meu coração.
Dor aguda no meu peito Traveso. Eu notei que eu estava rasgando. Senti a batida do meu coração, pois diminuiu. E com um último suspiro, o silêncio interior. Meu coração se partiu em dois.
Quando o metal frio da faca perfurou meu coração partido, já era tarde demais. Minha alma não pertencia ao meu corpo.

Qual foi a causa da minha morte? - AMOR.

E há dois tipos de amor: a história de amor e o amor que mata.


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