sexta-feira, 5 de junho de 2015

A Porta - Parte 1

A mais de um ano que Joseph não conseguia terminar o seu terceiro livro de ”Terras Malditas”. Os dois primeiros volumes foram o suficiente para transformar o nome Joseph Phillips no novo mestre da literatura de horror. O que faz com que seu agente, os fãs e até ele mesmo o pressionasse para lançar o terceiro volume.
A obsessão por se tornar famoso e rico, fez com que Joseph voltasse toda sua atenção ao livro inacabado. Nesse mais de um ano ele somente tinha terminado a grandiosa introdução. E agora lutava para dar um fechamento a sua obra-prima, assim ele o considerava. Sua esposa Katherine não aguentando os excessos de estrelismos e a sua falta como marido e companheiro, o deixou. Joseph não se importou, com a fama do livro e um possível filme ele a teria de volta ou alguém melhor.
O barulho da cidade, a Internet e até mesmo saber que lá fora havia uma vida agitada, fazia com que Joseph tivesse um bloqueio criativo. Ele não aceitava o simples fato de ter toda sua criatividade ido embora como ratos assustados, por isso culpava tudo e a todos. Para sua criatividade voltar ele precisaria se isolar dessas trivialidades que o atrapalhava. Então teve a brilhante ideia de comprar uma cabana longe de tudo.
Uma busca rápida na Internet, a maldita Internet que tanto o atrapalhava, ele encontrara uma cabana perfeita. Isolada de tudo e todos, tendo somente o mato e sua criatividade como companhia. Sem pensar duas vezes e usando os últimos recursos financeiros, ele compra a cabana. Em menos de uma semana ele já ia morar em seu novo lar criativo.
A cabana era pequena tinha dois andares. Uma área ampla na entrada. Uma lareira pronta para ser usada. A cabana toda cheirava a madeira. Seu piso, paredes e teto eram de uma madeira negra e bem conservada. As portas e janelas eram de vidro, o que dava todo um charme especial para o local. Além de dois quartos, um escritório, um banheiro e um sótão. A cabana já vinha toda mobiliada, os móveis eram antigos e acumulavam poeira de tempos. Joseph não se incomodou com isso, achou um preço justo pela cabana e seus móveis.
Na primeira noite Joseph recebe sua criatividade como recebe uma amante sedenta por sexo. Em poucas horas finaliza três capítulos longos e excelentes. Ele estava de volta e seu livro faria o sucesso esperado. O cansaço veio e Joseph foi se deitar, o dia foi produtivo o gênio precisava descansar. Seu quarto era modesto, uma cama de casal, um quadro que mostrava a cabana isolada de tudo e um guarda-roupa antigo. Joseph se joga na cama para ir de encontro a Morpheus.
A noite é péssima, o guarda-roupa faz barulhos constantes. São batidas que não cessam e faz Joseph ter uma péssima noite. Ao amanhecer ele precisaria por fim nos ratos que moram lá. Amanhece e Joseph retira o guarda-roupa do lugar para acabar com os barulhos noturnos. Ao retirar o guarda-roupa de lugar ele vê uma porta de madeira velha e bem gasta com uma maçaneta de bronze.
O que o intriga, além da porta, é sua funcionalidade. Devido à estrutura da cabana a porta o levaria para fora dela. Para que serviria uma porta que levaria para fora de casa nos segundo andar? Joseph gira a maçaneta e percebe que a porta está trancada. Ele olha pela fechadura e não consegue ver nada. Até que a porta sofre com uma batida rápida e forte. Joseph assustado cai no chão. A portacomeça a bater, como se tivesse alguém ou algo do outro lado querendo entrar.
As batidas são fortes e frenéticas. Joseph chega a pensar na sorte que tem da porta está trancada. Da mesma forma que as batidas começaram, elas param. O escritor desce para a sala assustado. Na sala Joseph não consegue parar de pensar na porta, o dia todo ele não consegue escrever. Ele não comeu nada e fica fazendo perguntas às quais não consegue respostas. O que é a porta? Como é possível ter alguém ou algo do outro lado?

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