sábado, 29 de novembro de 2014

Nem tudo é o que parece #5

No dia do aniversário da minha sobrinha, minha irmã havia contratado um grupo de animadores de festa. De início, eu não havia concordado com tal ideia, afinal, ninguém poderia garantir que esses grupos trariam segurança para as crianças, ou anima-las o suficiente. No dia em questão, ela estava bastante animada, dançando com as outras crianças, enfim, despreocupada, assim como minha irmã, que parecia mais empolgada com a chegada da turma. De repente, quase na metade da festa, a campainha tocou.

Eu, com bastante raiva e preguiça, fui abrir a droga da porta. Já não suportava mais a insistência do ser que estava do outro lado. Sim, digo isso porque só veio apenas um animador. Estranhei muito, inicialmente, eu não entendia como um animador de aniversário poderia se vestir daquela forma. Ele vestia uma fantasia de coelho, um pouco suja e aparentava ser bem velha também. Eu apenas disse um frio "Seja bem-vindo", e, assim que entrou, fechei a porta com força.

As crianças pararam por uns minutos de brincar depois que vislumbraram a figura do "coelho gigante". Ficaram um pouco assustadas, claro. Ele sequer falava, apenas fazia gestos estranhos e peripécias, tais como cambalhotas, malabarismos e outras bobagens que impressionava qualquer inocente criança.

Era para eu estar em outro lugar, mas minha irmã insistiu para que eu fizesse companhia ao "animador" enquanto acontecia o show de mágica. Tinha a sensação de que ele me observava enquanto eu assistia àquela merda. Após tudo aquilo ter terminado, ele meio que me puxou pelo braço, só que suavemente. Tive que acompanha-lo, até pensei besteira sobre tamanha delicadeza.

Fomos até um campinho, que ficava próximo ao quintal. Pelos gestos, especulei que ele fosse mudo, e logo notei que ele estava me pedindo para tirar a cabeça da fantasia. E assim o fiz.

Até hoje não consigo entender, pois... não havia ninguém dentro daquela fantasia! 

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