terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Uma Vida Turbulenta

Eu era um menino normal, que gostava de assistir TV, brincar, enfim, eu amava a vida. Mas tudo mudou quando ofereceram um novo emprego para o meu pai. Era uma oportunidade única para ele ganhar mais, então ele a aceitou prontamente. Em 03 de janeiro de 2001 nós enfim nos mudamos. Eu considero esse dia como o dia em que a minha vida... basicamente acabou. Eu fui para uma nova escola, e nela todo mundo simplesmente parecia não gostar de mim, nem mesmo o meu professor. Eu era maltratado diariamente naquele lugar horrível. Eles me batiam e me empurravam para dentro dos armários, colocavam minha cara contra o espelho e mergulhavam a minha cabeça no vaso sanitário.

Meus pais logo deixaram de prestar atenção em mim. Eles contrataram uma babá para cuidar de mim, mas sei que tudo o que importa para eles agora é o dinheiro e o que podem gastar consigo mesmos. Sabe, às vezes eu queria não ter a minha vida. E, em seguida, os abusos pioraram. Eles chutavam a minha cabeça, me acertavam com pedras, ou com qualquer outra coisa que estivesse em suas mãos.

Um dia, enquanto eu estava andando pelo corredor, eles me cercaram e me seguraram enquanto quebravam os meus dentes. Um por um. Após esse incidente, enquanto estava no dentista, eu senti... alegria. Porque meus pais me deram atenção. Mesmo que eles não se preocupassem mais comigo, eles ainda me deram algum tipo de atenção. Mas essa com certeza seria a última vez que eles prestariam atenção em mim. Então, me implantaram os dentes falsos. Eles eram um tanto grandes demais para a minha boca, mas vendo pelo lado bom, eu pelo menos conseguiria mastigar direito.

Na semana seguinte, depois da escola, os valentões me atacaram novamente: eles me seguraram contra o muro, pegaram uma faca e me esfaquearam umas 3 ou 4 vezes no abdômen. Depois que eles foram embora, havia tanto sangue derramado no chão que eu comecei a ver coisas. E essas coisas me amavam e se preocupavam comigo. Eu acordei no hospital. Depois daquela experiência de quase-morte, tudo no que eu conseguia pensar eram naquelas alucinações e em como eu poderia vê-las novamente. Então eu comecei a me cortar para simular a perda de sangue daquele fatídico dia e tomar alguns medicamentos aleatórios para vê-los de novo. Na época eu tinha apenas 10 anos de idade. Em 30 março de 2001 eu usei LSD. E eu os vi novamente. Eles me disseram os seus nomes.

Eles se chamavam Cosmo e Wanda.

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